O Caminho Correto. Você que me conhece por conta dos meus livros de fantasia lançados durante meus 40 anos, não imagina que escrevo de criança. Durante a adolescência passei a fechar coletâneas de textos. Uma delas e toda dedicada ao que chamo de Caminho Correto, um ideia ou ideal budista para vida.
O Caminho Correto advém do poder de avançarmos pela quarta verdade fazendo e vivendo da maneira certa. Por milhares de anos, a filosofia budista se concentrou exclusivamente em estudos e práticas para reduzir o sofrimento humano e manter a mente focada no momento presente.
Eu gostaria de explicar da minha maneira, alguns dos princípios e hábitos mais importantes do budismo que todos podemos adotar em nossas vidas diárias. Embora possam parecer difíceis no início, se você persistir, eles o beneficiarão por toda a vida. Para não ficarem extensos, os textos podem ser encontrados por partes nas minhas redes sociais ou todo em meu blog.
Hábito 1 – Eliminação da desordem externa
Você sabia que o Buda nasceu príncipe? Sim, ele poderia ter passado sua vida em um grande e lindo palácio onde tudo é feito para ele. Mas ele não fez isso. Ele abandonou tudo quando percebeu a natureza frustrante do materialismo. 2.300 anos depois, os monges budistas fazem o mesmo. Eles mantêm mínimos bens materiais, e praticamente só possuem o que precisam para viver suas vidas.Normalmente, tudo isso vai caber em uma pequena mochila. Com isto, eles desordenam completamente suas vidas.
Hábito 2 – Eliminação da bagunça interna.
Cuidar dos outros Em muitos círculos budistas, os monges aprendem a fazer coisas não para si mesmos, mas para o mundo inteiro. Quando eles meditam, é para o bem de todos. Eles tentam atingir a iluminação para atingir seu pleno potencial e ajudar os necessitados.
Quando você consegue desenvolver esse tipo de atitude altruísta, você se concentra menos em seus problemas pessoais. Você se emociona menos com coisas pequenas e sua mente fica mais calma. Isso é o que se chama de desordem interna: abrir espaço para os outros e abandonar hábitos egoístas.
Hábito 3 – Meditar MUITO
Uma das principais razões pelas quais você se torna um monge é ter mais tempo para meditar. A maioria dos monges acorda cedo e medita por 1 a 3 horas e faz o mesmo à noite. Esse tipo de prática muda o cérebro. Se você leu algum artigo sobre os benefícios da meditação, então sabe o que quero dizer. Você não precisa adotar esse tipo de programação rigorosa, mas e se você começasse o dia com 30 minutos de meditação? (Para aprender mais sobre técnicas de meditação e sabedoria budista, confira nosso guia prático para usar o budismo e a filosofia oriental para uma vida melhor aqui).
Hábito 4 – Seguir o sábio
Na sociedade ocidental, temos uma relação doentia com a velhice. Mas para os monges budistas, eles veem os idosos como possuidores de sabedoria. Eles procuram guias espirituais mais velhos que podem ajudá-los em seu caminho. Se você olhar ao redor, sempre há pessoas perspicazes com quem aprender. Os idosos têm mais experiência, o que significa que podem oferecer inúmeras lições de vida.
Hábito 5 – Ouça atentamente e sem julgamento
Nosso cérebro naturalmente julga os outros. Mas, de acordo com os budistas, o objetivo da comunicação é ajudar os outros e a nós mesmos sofrer menos. Criticar e julgar obviamente não ajuda. O que é maravilhoso sobre a atenção plena é que ela é livre de julgamentos.
O principal objetivo da comunicação consciente é assimilar tudo o que alguém está dizendo sem avaliá-lo. Muitos de nós pré-planejamos nossas respostas enquanto ouvimos, mas o principal objetivo aqui é simplesmente assimilar tudo o que eles estão dizendo. Isso leva a mais respeito mútuo, compreensão e chances de progresso na conversa.
Hábito 6 – Mudança é a única lei do universo
De acordo com o mestre budista Suzuki, um princípio crucial que todos nós precisamos aprender é aceitar a mudança: “Sem aceitar o fato de que tudo muda, não podemos encontrar uma compostura perfeita. Mas, infelizmente, embora seja verdade, é difícil para nós aceitá-lo. Porque não podemos aceitar a verdade da transitoriedade, sofremos. ” Tudo muda, é a lei fundamental do universo. No entanto, achamos difícil aceitar isso. Nós nos identificamos fortemente com nossa aparência fixa, com nosso corpo e nossa personalidade.
E quando muda, sofremos. No entanto, Suzuki diz que podemos superar isso reconhecendo que o conteúdo de nossas mentes está em um fluxo perpétuo. Tudo sobre a consciência vem e vai. Perceber isso no calor do momento pode dissipar o medo, a ansiedade, a raiva, o apego, o desespero. Por exemplo, é difícil ficar com raiva quando você vê a raiva pelo que ela é. É por isso que o Zen ensina que o momento é tudo o que existe. Suzuki diz: “Faça o que fizer, deve ser uma expressão da mesma profunda atividade. Devemos apreciar o que estamos fazendo. Não há preparação para outra coisa ”
Hábito 7 – Vivendo o momento
Como humanos que somos, pode ser difícil simplesmente abraçar o momento presente. Temos a tendência de pensar sobre eventos passados ou nos preocupar com o que o futuro reserva. E desta forma, nossa mente pode ficar à deriva naturalmente.
A atenção plena nos incentiva a nos reorientar. Ela nos permite redirecionar nossos pensamentos de volta para o que estamos realmente engajados.
E isto, sem precisarmos nos julgar por termos perdido nossos pensamentos, simplesmente reconhecemos que perdemos nossa atenção se foi e redirecionamos nosso foco, aguçando os nossos sentidos para uma tarefa em que estamos engajados.