À medida que o trabalho de parto progride, o fluxo de oxitocina no cérebro e na corrente sanguínea da mãe torna-se abundante. Entre outras funções, o hormônio provoca contrações e auxilia na descida do leite materno.
Quando finalmente nasce o bebê, a mãe está praticamente “intoxicada” de oxitocina, que a faz esquecer da exaustão do parto e da dor e traz euforia e uma intensa sensação de amor. De acordo com o pediatra e especialista em desenvolvimento infantil Marshall Klaus, esse efeito da oxitocina ajuda a explicar por que bebês quase nunca são abandonados em hospitais onde as mães podem segurá-los e amamentá-los logo em seguida ao parto.
E os papais de primeira viagem também não ficam imunes a esse poderoso hormônio ao olhar para os filhos pela primeira vez. São também invadidos por uma onda de amor, muitas vezes tão vigorosa que os deixa tontos dentro da sala de parto.
As mudanças biológicas nos pais também são profundas. Um estudo canadense de 2001 mostrou que os níveis de testosterona masculinos tendem a despencar, pela primeira vez, durante alguns meses depois do nascimento dos filhos. Mais intrigante é o fato de que alguns homens começam a produzir mais estrogênio, em um sinal ainda mais contundente do poder transformador da paternidade.
De acordo com a neurocientista Diane Witt, o estrogênio torna o cérebro mais sensível à oxitocina, possivelmente para ajudar os homens a ser mais atenciosos e amorosos.
E segundo a cientista, pais e mães adotivos também desfrutam dos efeitos benéficos da oxitocina e da dopamina, uma outra substância química do corpo ligada ao prazer.