O Dragão da Balancinha. É nosso dragão imaginário… Meu e da Sofia. Ele vive, quer dizer não sei se está vivendo ainda no fundo do nosso quintal.
Na foto a Sofia está na oficina de bolachas de um resort do nordeste. Olha só a bolachinha dela: Um Peterossauro. Claro, feito com ajuda do papai. Cá entre nós, vivemos entre monstros e costumo comentar que novos escritores ainda têm muito que se desenvolver, e que isto vai acontecer depois que passarem para a fase DF (depois dos filhos).
Minha constatação vem pela percepção de que meu processo criativo sofre constantes interferências, por vezes radicais, diante meu relacionamento com minhas filhas.
Por exemplo, costumo aproveitar o momento das histórias antes de dormir, para ensaiar algumas ideias. Ontem no meio da aventura, que eu conto entoando diferentes vozes e efeitos, vi que saiam lágrimas dos olhos da Sofia.
Perguntei o que foi, e ela desabou, começando a chorar compulsivamente. A explicação? Na história, nosso dragão imaginário e de estimação havia se ferido por uma briga contra um dinossauro enorme que o atacou.
Não foi a primeira vez, gosto de apimentar meus contos com elementos surreais, e o bicho pega quando coloco as santas princesas em perigo. Só que desta vez ela me pediu: Mude a história papai, não gostei que o dragão bebê ficasse machucado.
Ou seja, será que não devo fazer as crianças chorarem nos meus próximos livros? Tudo deve realmente acabar no famoso Viveram Felizes para Sempre? Tenho certeza que vai chegar a hora, que meu estilo vai contagiar ainda mais crianças modernas que estão crescendo e aprendendo a ver o mundo de outra maneira, ou melhor, do jeito que ele realmente é.