A Fada e o Bruxo no Jornal O Liberal

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Veja a materia do Jornal com os livros que estão lendo. Veja que uma das meninas entrevistadas está gostando de A fada e o Bruxo. Obrigado Aline.

Materia completa.

Livro ainda atrai os jovens

 
    
 

Quem pensa que a geração que nasceu na era tecnológica não gosta de ler o bom e velho livro impresso, engana-se. É o que dizem as jovens entrevistadas nesta matéria

Por Iva Muniz

A Pesquisas recentes sobre o comportamento dos jovens em relação à leitura de livros mostram discordâncias. Em 2011, por exemplo, durante o 2º Encontro Nacional do Varejo do Livro Infantil e Juvenil, realizado no Rio de Janeiro, foi divulgado que crianças e adolescentes brasileiros estão lendo mais. A estimativa foi confirmada pela Câmara Brasileira do Livro que informou que, do total de 12 mil títulos lançados no país em 2010, cerca de 2,5 mil foram direcionados a esses públicos.

No início do ano passado, porém, a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, elaborada pela Fundação Pró-Livro em parceria com o Ibope Inteligência, apontou um decréscimo de leitores na faixa ateria de 5 a 17 anos no período de 2007 a 2011. Mas, antes que os pais se descabelem e professores sintam-se culpados por esse cenário, é bom avisar que o quadro não é tão negro assim. Há sempre um livro no final do túnel ou na cabeceira, como dizem as jovens leitoras Vitória, Aline e Juliana.

Vitoria Gantuss, de 17 anos, adora ler. Revistas teen, sites de notícias e atualidades e livros fazem parte do cotidiano da jovem que está cursando o convênio. “No momento, me dedico às leituras para o vestibular. É tanta coisa que acabei deixando de lado os outros livros. Mas, sempre que eu posso, adiciono um à minha cabeceira. Em épocas normais, leio uns dois livros por mês. Agora estou lendo ‘A Pata da Gazela’, do José de Alencar, que é uma das minhas leituras pré-vestibular.”, explica.

A estudante conta que se aproximou dos livros quando tinha uns 11 anos, por causa da irmã Fernanda que lhe indicou a leitura de “O Pequeno Príncipe”. Pouco tempo depois, Fernanda presenteou Vitória com a coleção “Fala Sério…”, de Talita Rebouças, e a avó da estudante fez a assinatura de uma revista de variedade para a neta, além de presenteá-la com outros livros. Com tanto incentivo, Vitória virou uma leitora voraz. “Os livros de suspense são meus favoritos! Adoro sentir o medinho que esse tipo de leitura proporciona.”, diz.

E muitos desses livros ela pega na biblioteca da avó, onde costuma “viajar” entre a infinidade de títulos disponíveis. “Um dos melhores livros que li foi o ‘Diário Secreto de Laura Palmer’. Apesar de ser um diário, e não trazer uma história concreta com começo, meio e fim, ele me deixou do jeito que eu gosto, cheia de medinhos, com curiosidade de saber quem fazia tudo aquilo com a personagem.”, ressalta a jovem que diz ter um horário especial para ler. “As leituras mais prazerosas começo de tardinha. Leio até cansar!”, ressalta.

Aos 12 anos, cursando a 8ª Série, Aline PingarilhoAcatauassú descobriu o prazer de ler com os pais. “Ele sempre gostaram muito de ler.”, destaca. “Eu gosto de ler principalmente livros, mas não dispenso uma lidinha numa revista em quadrinhos.”, declara a jovem estudante. “Eu acho muito importante a leitura, pois fortalece muito o meu vocabulário. Leio no mínimo quatro livros por mês.”, complementa.

Aline é fã das leituras que tratam de mitologia grega e romana, bem como aprecia as histórias de aventura conduzidas por pitadas de romance e comédia. “Eu também amo comprar livros e revistas. Normalmente, aos sábados, vou a livrarias para ver as novidades.”, conta. Atualmente, Aline está lendo o livro “A fada e o bruxo”, do autor Francisco Medina. “A leitura está muito legal. As histórias são muito divertidas e interessantes.”

Mesmo gostando muito das publicações impressas, Aline não descarta as tecnologias disponíveis que tem à mão. Diz que são importantes ferramentas para buscar novas leituras. “Eu gosto porque elas facilitam nosso aceso a diversos livros, revistas etc.”, conclui. Outro bom exemplo de jovem que não dispensa a leitura é a estudante Juliana Fonseca Pontes, 14 anos. Como Aline, Juliana diz que o hábito foi estimulado pelos pais.

“Eles foram determinantes para o desenvolvimento da minha paixão pela leitura. Cresci rodeada de estantes e mais estantes de livros e, desde pequena, fui apresentada a eles. Não demorou muito, troquei as bonecas pelos livros.”, diz a jovem. “No mundo em que vivemos é quase uma obrigação nos mantermos informados, por isso, leio também revistas e jornais sempre que possível, porém, os livros são a minha verdadeira paixão.”, completa.

Juliana acredita que não seja uma gota no oceano. Apesar do avanço das mídias sociais e da rapidez da troca de informações, diz que há muitos jovens iguais a ela quando o assunto é ler. “Acho equivocado colocar que a geração da qual faço parte não gosta de ler. Se reparar, vez ou outra, uma série de livros aparece e conquista multidões de adolescentes.”, sustenta.

A estudante gosta de todos os estilos de leitura, confessa, porém, que os preferidos são a poesia, o romance e a aventura. E para satisfazer esse prazer, a estudante não economiza nos gastos quando pode. “Vez ou outra compro livros a ponto de não ter como carregar sozinha. Acho que gasto em média 80% da minha mesada em livrarias. Talvez até mais.”, destaca.

E não é à toa que ela investe tanto assim, afinal, além do prazer, Juliana tem encontrado muitas respostas nos livros que tem lido. “’O Mundo de Sofia’, por exemplo, foi o que trouxe a contribuição mais significativa para a minha formação. Li num momento em que varias perguntas estavam surgindo dentro de mim e elas encontraram respostas no livro. Foi uma leitura maravilhosa! Levo comigo até hoje algumas ideias do livro.”

A jovem, que está lendo pela terceira vez o clássico Dom Casmurro, concorda que a internet seja importante para fomentar a leitura entre os jovens, mas ressalta que com ela ainda não houve esse efeito. “Não gosto de ler na internet ou em qualquer outro meio tecnológico. Sinto que perde um pouco da magia.”, opina.

O professor de leitura Marcelo Brasil, 28 anos, convive diariamente com alunos adolescentes e percebe que os jovens têm certa resistência ao exercício regrado da leitura. “Cada jovem acaba lendo o que lhe interessa, principalmente pela internet. É um momento na vida muito intenso em múltiplas descobertas.”, avalia.

Ainda assim, Marcelo não concorda que a tecnologia esteja afastando os adolescentes da leitura aprofundada. Ao contrário, acredita que as diversas ferramentas virtuais abrem as possibilidades para esse público se informar. “O que precisa é selecionar bem o que se quer ler e exercitar o lado crítico diante de cada informação. É bom perguntar: quem está escrevendo este texto? Para quem? Onde e como ele está sendo veiculado?”, sugere.

De acordo com o professor, o importante é aguçar a curiosidade do jovem para que ele próprio se sinta desperto pelo prazer de ler. “Leitores precisam ser provocados, sobretudo os mais jovens. Há os que são provocados por enredos complexos, outros por linguagem simples. Ambos podem fazer leituras profundas. O mais importante é viabilizar estratégias de leitura para vários gêneros textuais.”, ensina.

Assim como a escola, os pais são fundamentais nesse processo de aprimoramento do jovem leitor, segundo Marcelo. “Não adianta dizer que ler é lindo ou que é importante. A leitura é um exercício plenamente transitivo e precisa de algum interesse a mais. Dar livros de presente ao filho nem sempre ajuda. Que tal dar uma volta com seu filho de vez em quando em livrarias e bancas de revista e deixá-lo escolher o que lhe interessar mais?”

E para as jovens Juliana, Aline e Vitória e a todos aqueles que gostam de ler, o professor dá a dica para que a leitura não fique apenas no plano teórico: “Além de continuar lendo bastante, é interessante poder usar essa leitura para outros fins. Que tal produzir algo que vocês consideram relevante? Produzir algo que possa ajudar outras pessoas tanto a lerem melhor como a viverem melhor?”, aponta.

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A Fada e o Bruxo no Jornal Gazeta do Povo de Curitiba 13 de fevereiro de 2013

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